domingo, 5 de dezembro de 2010

Até quando der


Eu já estava sem noção de tempo e espaço nem sabia o quanto, tinha ciência que meu corpo não era igual aos dos outros como que de carne e ossos, ainda que meus pulmões estivessem funcionando a todo vapor. Sensação de fuga sempre. Chorava e em raros momentos tinha sono. Filho de pais generosos, vícios na mocidade, títulos universitários, conquistas, sem muito sacrifício e tranquilidade econômica no grupo familiar. Tive um lar maravilhoso que fechei a todos que seguiam no deserto da angústia. Deliciei-me na Terra com as graças da família e esqueci da grande família humana, ou foi o contrário?
Assim passei pelo Globo, como uma flor de estufa que agora não suporta o clima das realidades eternas. Deveria ter acendido antes as minhas luzes para atravessar uma grande escuridão. Suar agora para não chorar depois. Vamos nessa.

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