sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Uma notícia boa


Todos ouvem toda e qualquer chatice dos amigos sempre, (numas) nada em exagero, óbvio, mas não dispomos de tempo para voltar a zonas estéreis de lamentação. Agora que tudo passou, que toda a tempestade a terra já absorveu, já podemos prosseguir, aprender coisas novas.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Um médico do espírito?


Saudades de casa, sol quente, família distante, questões existenciais, além de não conseguir me mover sem ajuda. Realmente precisava de um médico, que lamentou eu estivesse ali pelo suicídio. Pensei: "Jamais, nunca!!!!
Fiz algumas operações graves pelo corpo". O médico concluiu que as intervenções cirúrgicas eram em decorrência de um modo especial de viver exasperado, caótico e sombrio, sem autodomínio, inadvertente no trato com os semelhantes.
Rins, fígado, pulmões foram esquecidos como que um menosprezo às dádivas sagradas.
Os órgãos humanos são tão fortes, têm incalculáveis reservas, são verdadeiras máquinas. Imaginei só, a maneira o quanto os violei voluntariamente. Sim, o suicídio era incontestável.
Concentro-me agora na gratidão mantendo a tranquilidade no exame das minhas faltas. Vamos aproveitar os tesouros do arrependimento e as bênçãos do remorso sem esquecer que aflição não resolve problemas.
A ajuda vem quando se procura.

E veio o senhorzinho


Clarêncio era o nome de quem veio me socorrer, aparência de velhinho mas lucidez de um adolescente. Deixou-me num quarto de hospital muito aparelhado, a água e a sopa eram diferentes das que conhecemos além de cicatrizar dores e ferimentos.
Eis que ouço uma melodia indescritível, eram os governadores fazendo as preces vespertinas, Clarêncio era um deles. Gostei.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Até quando der


Eu já estava sem noção de tempo e espaço nem sabia o quanto, tinha ciência que meu corpo não era igual aos dos outros como que de carne e ossos, ainda que meus pulmões estivessem funcionando a todo vapor. Sensação de fuga sempre. Chorava e em raros momentos tinha sono. Filho de pais generosos, vícios na mocidade, títulos universitários, conquistas, sem muito sacrifício e tranquilidade econômica no grupo familiar. Tive um lar maravilhoso que fechei a todos que seguiam no deserto da angústia. Deliciei-me na Terra com as graças da família e esqueci da grande família humana, ou foi o contrário?
Assim passei pelo Globo, como uma flor de estufa que agora não suporta o clima das realidades eternas. Deveria ter acendido antes as minhas luzes para atravessar uma grande escuridão. Suar agora para não chorar depois. Vamos nessa.