sábado, 26 de abril de 2008

Dedicatória


Por mais que passe o tempo, os que partiram, ainda sentirão muito, o desespero dos pais aqui na Terra também.

Aos meninos será um apelo tão forte que os corações deles parecerão querer estourar de tanta angústia lá de cima.

É muito natural que os pais, que ficaram, não conseguirem entender e aceitar com resignação a chamada dos seus filhos por Deus. Muito compreensível a sensação extrema de perda.

Nenhum sofrimento na Terra será, talvez, comparável ao daquele coração que se debruça sobre outro coração querido, que o ataúde transporta para o grande silêncio.

Ver a névoa da passagem estampar-se, inexorável, na fisionomia dos que mais amamos, e cerrar-lhes os olhos no adeus indescritível, é como despedaçar a própria alma, e prosseguir vivendo.

Quando a nossa saudade torna-se depressiva, quando o desespero vira revolta, inconformação, o sentimento negativo atinge também aos entes que partiram mais cedo, perturbando-os muito.

Neste momento crucial, é preciso que tenhamos equilíbrio de parte a parte a benefício de pais e filhos.

Os que atravessaram, fizeram como quem se desvencilhasse da noite, mas, no alvorecer do novo dia, inquietam-se também pelos que ficaram. Ouvem-lhes os gritos e as súplicas e tremem, igualmente, cada vez que os laços afetivos da retaguarda se rendem à incorformação e à angústia desmedida.

A ajuda então deve ser recíproca e a prece é o melhor recurso para sanar a dor terrível da separação e para promover o necessário equilíbrio espiritual, lá como aqui.

Então a tristeza se tornará mais espaçada e menos intensa. Permanecendo ainda no mar das provas redentoras, entendendo e aceitando que a vida continua para todos, e que a despedida é temporária porque, em futuro mais proximo do que se possa imaginar, estarão todos respirando na mesma atmosfera da existência.

Assim o equilíbrio emocional pouco a pouco é alcançado através deste intecâmbio de oração, de preces, rogativas de amparo e reconforto, endereçadas ao Alto, tanto pelos que permancem aqui como pelos que foram à liberdade das vestes físicas.

Eles recebendo as orações fervorosas da parte dos pais, sendo lembrados queridos, desta forma será como receberem cartas, presentes, e lembranças carinhosas que fazem muito bem.

E quando seus pais dedicam-se à Caridade, ao amor ao próximo, fazendo-o por intenção dos seus entes queridos, estão ajudando-os e dando-lhes a maior demonstração de amor que lhes é possível proporcionar.

Principalmente naquele período de adaptação ao novo sistema de vida, receber orações com otimismo e atos de auxílio fraterno por intenção deles, ajuda muito os que partiram cedo. Deixando-os assim tentarem imprimir um ritmo saudável à nova existência deles onde estiverem agora, deixando-os se entrosarem com os novos amigos. Que os tratam com muito carinho.

Aos filhos da minha terra. R.B e L.B.


Um comentário:

Sonia Facion disse...

Olá Lex!
Saudade...
Profundo e real esse texto.
Bjs
T Sonia